sábado, 11 de dezembro de 2010

“RELACIONAMENTO ENTRE PAIS E FILHOS ADOLESCENTES”

Ao folhearmos a Palavra de Deus, percebemos uma ausência de informação e instrução quanto a esta faixa etária. Temos a criança, temos o jovem, temos o adulto e temos o ancião. Na vida do próprio Cristo, temos muitos detalhes de seu nascimento, nada de sua infância (exceto a ida ao templo), da adolescência e mocidade.
Este é o tipo de assunto que acaba assumindo a cara de quem tem a pena na mão, ou melhor, o teclado do PC, no caso, eu.
Vamos começar lendo um texto Paulino: “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, a uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer. Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” – Romanos 3:10-12 e 23.
Este é um ponto de partida crucial para entrarmos no assunto. Todos são pecadores, todos têm as suas falhas, todos têm os seus pontos fracos e estão nesta jornada procurando crescer, amadurecer, inclusive os pais.
Primeiro, temos situações vivenciadas pelo adolescente. Vamos pensar em cinco palavras: Liberdade, Mudanças, Insegurança, Teimosia e Depressão.
Liberdade. Novos horizontes surgem para o adolescente, novos amigos, novas experiências, seu raio de atuação, seu território aumenta bastante. Mudanças físicas e psicológicas surgem como uma ebulição, hormônios começam a ser produzidos, alterando o humor. Quanto à questão psicológica, começa a pensar quem é? O que faz? Que caminhos seguir?
         Insegurança. Com isto, são acometidos de dúvidas, por não saberem ao certo o que querem, passam a ser inconstantes, instáveis, imprevisíveis. Ora são homens e mulheres, ora não passam de meninos e meninas. Ora acertam em cheio, ora erram feio.
         Teimosia. Trata-se da vontade própria. Por não terem a maturidade suficiente, por não terem uma visão do todo, juram que estão certos, mas na realidade estão errados. Quantas vezes vão pisar em falso, quantas vezes vão se machucar?
Depressão. Com isto, isolam-se, passam a viver no seu mundinho, colocam o fone de ouvido e desaparecem do mundo, ou quem sabe mergulham no mundo virtual. Melancolia, inclinação à depressão. Isto é um perigo.“Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei e não te associes com os revoltosos” – Provérbios 24:21.
         Segundo, temos questões importantes para os pais.
         Agora veremos cinco orientações pertinentes aos pais de adolescentes.
         Você foi adolescente. É impressionante como nos esquecemos desta verdade, e cobramos deles algo que muitas vezes nós mesmos tivemos as nossas dificuldades. “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino” - 1 Co 13:11. Mas, seu filho ainda é menino, ainda é menina.
         O mundo mudou. É impressionante como alguns pais e mães ainda vivem na idade da pedra. Já estamos no século XXI, os valores são inegociáveis, é verdadeiro, mas a leitura precisa ser feita de maneira diferente. Não devemos andar segundo a última moda, contudo deixe de ser retrógrado.
         Mantenha sempre a comunicação. É impressionante a incapacidade de comunicação entre os pais e os filhos adolescentes. Aqui é onde mora o perigo. Às vezes, por pensarmos tão diferentes, cria-se um enorme abismo entre adolescentes e pais, e um silêncio sepulcral toma conta da relação. “Não é bom proceder sem refletir, e peca quem é precipitado” – Provérbios 19:2. Não force a barra, calma, muita calma nesta hora. Tente compreender o silêncio, ele também comunica.
         Diga não à intransigência. É impressionante como adultos às vezes tornam-se intragáveis. Algo que o adolescente não suporta é este ar de sabichões, perfeitos, muitas vezes vivenciado pelos pais. Ser intransigente é ser teimoso. Muitas vezes não queremos dar o braço a torcer. “Honroso é para o homem o desviar-se de contendas, mas todo insensato se mete em rixas” – Provérbios 20:3.
         Seja humilde. É impressionante a soberba de alguns pais. Acreditam que precisam sempre estar por cima, caso contrário perdem a autoridade. Bobagem. Para a criança, você é um super herói; para o adolescente, não, você é carne e osso, lembre-se disto. Reconheça quando errar, evite estar pegando no pé por coisas irrelevantes, lembre-se de que o que mais importa são os relacionamentos.
         Flexibilidade. É impressionante como somos turrões. Procure entendê-los, calce os sapatos deles, não seja flácido, pois isto passa muita insegurança, mas não seja um casca grossa. “Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade. Não sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” – Eclesiastes 7:15-16. Flexibilidade é palavra chave para a nossa relação com o adolescente.     
         O tempo passa depressa, um dia eram crianças, hoje são quase jovens, e amanhã, já terão ido embora. Pense nisto.

“Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu” – Eclesiastes 3:1.

Um comentário: